Frieza

Era manhã fria
Casa vazia
Um copo gelado na mesa
Um coração emanando tristeza.

Pássaros

Galhos secos e longos
Pássaros saem em busca de outro abrigo
Eles podem voar
Mas o coração de quem fica, não mais

Amanhã

Olho em torno de mim
Perco os sentidos
Amanhã está vindo
E eu nem dormi

Memórias são traços tortos que o destino escreveu, trechos de caminhos em que nos juntamos a outras pessoas, a outras coisas e mantivemos um momento inesquecível, a vida passou e continuamos lembrando e querendo voltar naquele dia.

Memórias são traços insensatos que querem permanecer deixando marcas em cicatrizes que já foram fechadas, são lágrimas caindo fora de época, são desvios no trajeto que nos fazem questionar quem somos ou vivemos, livros abertos em páginas erradas, metades que deveríamos ter desfeito, memórias.

Memórias não se explicam facilmente, a ciência tenta, mas o que conta mesmo é o que elas fazem por dentro, cada passo que se volta, cada pensamento indeciso, cada imenso peso que abaixa os ombros enquanto o sorriso exala uma verdade inexistente, memórias são como um pente fino que colhe os sentimentos mais finos e os acumula.

Memórias são traços tortos que se desenham em volta do nosso ser enquanto caem em forma de chuva inundando nossos desejos vãos, ah memórias, deixem dormir pelo menos nessa madrugada quem se manter acordado em todas as outras.

Eu não quero, mas preciso te dizer adeus, isso não significa te apagar de mim, apenas conseguir seguir em frente ao invés de ficar preso em nossas memórias, mesmo que meu peito esteja sendo dilacerado pela sua ausência, por eu saber que não posso mais te ver e que cada semana anterior ao meu aniversário será uma tortura, eu preciso te dizer adeus e fechar essa ferida que não quer cicatrizar, preciso sorrir de novo, pois era isso que você ia querer.

Eu não quero, mas preciso te dizer adeus, mesmo que as lágrimas me acompanhem cada vez que eu lembrar e quando seu aniversário chegar, eu preciso não detestar o universo pela sua partida, preciso entender que quando um ciclo chega ao fim não importa o que a gente faça quem fica é que precisa lidar com os destroços dessa perda, eu estou tentando lidar com os meus, mas preciso te dizer adeus.

Tudo bem, confesso mais uma vez estar chorando, é normal, tudo é recente, a dor de um mês atrás não ficou tão menor, mas estou tentando entender que mesmo que eu não queira, não sou eu quem decide, eu apenas aceito e tento me reerguer com a minha dor, que pode não ser tão grande quanto outra, mas também é uma dor, que acaba com as minhas noites de sono e me dá dores de cabeça de tanto chorar, eu não quero, mas preciso te dizer adeus, porque esse adeus vai te gravar em meu coração mesmo não te deixando mais ao meu lado, e eu sei o quanto o amor que eu cultivei ao longo desses anos vai te acompanhar e quando, mais tarde eu lembrar, o choro virá acompanhado de um riso que te fará brilhar no meu céu.

Não foi culpa do destino, a culpa foi nossa, a gente fez planos demais e esqueceu do hoje, deixou com que se perdesse sem lutar, então não é justo culpar o destino por algo que nós mesmos criamos, esfriamos e congelamos no passar do tempo, nada do que o destino fizesse ia mudar o que aconteceu, porque ele jamais poderia nos mudar e fomos nós que destruímos, nós deixamos quebrar.

E chega o momento em que chega, não importa o que você faça, o quanto se esforce, você não será suficiente para aquela pessoa, você pode fazer cambalhotas, pode pintar mil muros com frases de amor e isso não será suficiente, por isso, aprenda a ir embora enquanto ainda te sobra, porque quando te faltar pode ser mais difícil recuperar seus pedaços dispersos pelo mundo.

Chega o momento em que nada do que você diz, faz ou demonstra vai mudar a situação, não é possível permanecer quando o inquilino fecha as portas e te impede de entrar, por isso você precisa aprender a pegar suas coisas e se mudar, que seu amor próprio tem que ser maior do que o medo de perder outro alguém, antes perder outro do que perder a si mesmo por alguém que não irá querer te achar.

Chega de deixar seu coração ser levado pela tempestade quando alguém não te entrega um mísero guarda chuvas, você é suficiente para si mesmo, seu coração é bom demais para ser pisado, chega de chorar pelos cantos, abre os braços e voa pra longe pra sorrir de novo, porque você merece um amor mais fundo, merece um oceano, não um lago que vai congelar no próximo inverno.

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O sinal vermelho está piscando, eu não devo atravessar, mas me atrevo, porque não quero ficar mais uma vez estagnado, corro por alguns segundos e quando meus pés alcançam o outro lado o sinal verde se abre, foi por pouco, meus anjos da guarde devem estar nervosos, não os culpo, parte de mim está gritando em minha consciência para que eu não desista ainda, para que eu olhe à minha volta e lute por mim.Tempo atrás eu teria mandado essa voz se calar, teria baixado os olhos um pouco mais, seria mais descuidado, mas hoje estou um pouco mais lúcido, tentando afogar minha amargura e focar no que realmente importa.

Dessa vez eu olho para os dois lados, chego em casa e não me jogo na cama como de costume, eu tomo um banho longo, preparo o jantar e sento para comer, jogo fora as comidas congeladas já vencidas e há tempos na geladeira, organizo os copos e pratos que estavam bagunçados, jogo o lixo fora e paro de me torturar por não ter feito isso antes, cada coisa em seu tempo, meu tempo está surgindo agora.

Meus amigos ou ex-amigos não me visitam mais, não mandam mais mensagem, da última vez que os vi eles me criticaram por não ter buscado ajuda e disseram que não tinham mais o que fazer por mim, mesmo que minha mente tenha criado mil e uma ideias de desculpas eu não fui capaz de dizer uma única palavra, deixe- os ir para depois entender que quando o temporal vem, nem sempre as pessoas estão preparadas ou sabem lidar com ele, isso não é culpa delas, é só uma das incríveis coisas que acontecem.

Aliás uma chuva surgiu lá fora e me refrescou essa analogia, enfim, hoje é meu dia bom, amanhã pode ser um dia ruim, não tem como prever, talvez eu acorde com ânimo novamente, talvez eu não queira me levantar e feche mais as cortinas, mas ainda é hoje, e eu quero continuar, quero ir dormir e acordar de novo, pelo menos hoje.

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Estou a dois passos de você, o tempo transcorre lentamente e escorre pelos meus dedos enquanto eu te encaro, talvez devesse decidir de uma vez, ou pelo menos dessa vez ser definitivo, eu volto mais dois passos e sinto suas mãos se aproximarem, você não quer que eu vá, mas também não quer que eu fique, parece loucura, mas é só o fato de que você nunca conseguirá me dar o abrigo que eu quero, mas ao mesmo tempo não quer perder seu domínio sobre mim, eu me permiti ser seu fantoche por muito tempo, mas não mais.

Me afasto mais três passos, tenho lágrimas nos olhos, mas não volto atrás, lembro daquelas manhãs em que o mundo parecia nosso, mesmo quando sua TPM era insuportável, mesmo quando você me mandava embora quando a gente brigava, foram mais dois passos agora faltam 5, talvez eu deva ir de uma vez, arrancar de uma vez a ferida, deixar que cicatrize, suas mãos já não se estendem mais, seu olhar parece conformado, acredito que você já sabia que estava chegando ao fim, e eu só fiz tentar mais uma vez antes de desistir.

Cheguei à porta, te olhei pela última vez, não vou batê-la nem gritar, o tempo não passou, tudo em volta está parado, mas eu estou indo, te dando um adeus silencioso, enquanto a porta fecha devagar, do lado de fora o sol forte queima meus olhos, pois finalmente estou prestes a acordar.

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Estou no meu silêncio, no meu quarto de cortinas fechadas e noite escura, ouço a chuva que bate insistente no vidro, como que pedindo para que eu a deixe entrar, mas não deixo, eu me isolo ainda mais nas cobertas, meus pensamentos estão caindo do teto e se esparramando em minha face já encharcada de lágrimas, estou perdida e o tic tac do relógio não está ajudando.

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Defina sua rota, descreva lentamente em detalhes seu trajeto, e para quê? Qual a ânsia dos seus passos em contar cada pedaço do seu destino? Não que ninguém se importe, mas nem todos se importam, e não vale a pena compartilhar alegrias com quem não merece estar junto à ti, percebes que às vezes somos seres fora de eixo que merecem mais do que podemos pensar?!
Ligando um GPS invisível, porque você acredita que é necessário, e não é, você não precisa dar satisfação de tudo que faz, às vezes o silêncio é melhor, quanto menos as pessoas sabem, menos dá errado, entende?!

Vire à direita, siga em frente, e para quê? Não precisa dar coordenadas para quem não irá viver seus caminhos, não sofrerá suas dores e suas angústias, não saberá o que é ser você, então pare agora mesmo, desligue tudo isso que te prende a um mundo que não merece saber sobre suas conquistas e aprenda a viver numa rota sem expectadores, apenas o vento e o céu como testemunha e uma vida toda para errar e aprender...

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Você nunca quis abrir mão de mim, seja pelo egoísmo, seja por achar que eu realmente deveria estar contigo e mesmo sabendo que cê tava me magoando e me fazendo sofrer, cê não conseguiu me deixar partir, eu não ouvi o seu Adeus, eu tive que me afastar sentindo uma dor inquietante no peito e sentindo culpa por não ter sido mais, só depois que eu percebi que seu Adeus estava em cada gesto seu e eu não deveria me sentir assim.

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Você é labirinto, tem curvas acentuadas que levam à lugar nenhum, tem enigmas que meu cérebro ainda não consegue decifrar, tem superfícies que eu não chego, não passo, há um quê de obscuridade, não tenho medo, não há minotauro, mas tudo de você é labirinto.

Vi pedaços que não queria ter visto, percorri espaços preenchidos de terra e árvores, lugares mortos com lembranças de coisas e pessoas que se despediram de ti, ou não, vi memórias que você tem de dias gloriosos e de dias péssimos, não pude enfrentar alguns deles, seu labirinto me transformou em viajante e eu sigo percorrendo você.

Você é labirinto, quanto mais eu entro, mais me perco, quanto mais perco, mais de ti encontro, estou entre a tua cruz e a tua espada, entre o teu certo e teu errado, não posso escolher, muito menos opinar, apenas observar os destroços e cuidar para que as dores floresçam, enquanto não tenho a tua chave eu permaneço à espreita, esperando meu momento de poder entrar no centro do teu labirinto.

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Somos seres subjetivos, caminhamos de mãos dadas e logo depois de mãos vazias e separadas, falamos do amor e de amar, mas no final do dia estamos no mesmo quarto solitário contando as migalhas dos amores que tivemos, dizemos para que ninguém desista, que os sonhos são difíceis de alcançar, mas valem a pena e no final somos nós mesmos quem ficam tentados a se jogar da beira do abismo e desistir da vida.

Somos seres subjetivos, como florestas cheias de matos e cada vez mais afuniladas nas questões que não sabemos responder, falamos da chuva e dos ventos em seu significado, mas quando a chuva vem só abrimos nossos guarda chuva e reclamamos da água nos olhos, queremos uma infinidade de coisas, mas preferimos o aconchego do sofá ou da cama com coberta e olhamos para o infinito cada vez mais distante.

Subjetivos em nossos objetivos, nossos sonhos, nossos momentos e falamos de tudo com a propriedade que nos falta para resolver nossos próprios problemas, estamos em constante transformação, mas não perdemos a subjetividade, somos seres subjetivos em caminhos subjetivos vivendo num mundo que não aceita a nossa lucidez.

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Você se foi deixando as flores à sua própria sorte, você sabe que eu não sei regá-las, não sei cuidar delas como você fazia, não tem nem mais broto por aqui, me sinto estúpido por estar desabafando com sua foto nas mãos, mas só dói. Prometo não te levar mais flores, porque não sei cuidar delas, mas te quero do meu lado agora e estou enlouquecendo porque você não pode vir, quero um botão de reiniciar o tempo, não te traria mais flores, nem pétalas.

A blusa no seu lado do guarda roupas ainda cheira ao campo, deveríamos ter nos mudado para lá enquanto tínhamos tempo, aliás, esse foi nosso problema, achar que sempre teríamos tempo, mesmo sabendo que uma hora iria acabar, quem poderia prever né? Seu sorriso longe do meu tão cedo.

A última flor que eu te dei está morrendo, talvez ela seja mais um fragmento para eu administrar, estou claramente perdido e as lágrimas são como as fiéis escudeiras do meu corpo agora, estou cansado, desamparado e preciso de ti como preciso de ar, por favor me faça a promessa que essa noite virá me visitar?

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Estou no abismo que meus pensamentos criaram, feito Ismália, eu quis beijar a lua no mar, mas não sabia eu que não possuía asas para que me deixarem parada no ar. Seria necessário um tropeço só, um pé mais para frente do outro que eu mergulharia, tudo na minha mente era turbilhão, eu queria parar os sentimentos, não era fácil assim, nunca foi fácil, mas eu sempre tentei tornar mais suportável, hoje estou olhando pr'quele infinito que não sei mensurar, não tenho medo de nada.

Estou no abismo, cada vez mais perto da beirada, o vento brinca comigo, ele é como aquele vilão que te joga para frente sem dó, ele beija meus cabelos e sopra em meus ouvidos uma melodia triste e doce, não quero dar à ele o gosto de me ver cair, tenho orgulho e me prostro mais firme no chão, eu rio para o vento como quem diz "vê só como sou forte", talvez seja mais para convencer a mim mesma.

Estou no abismo que eu mesma fiz, não há nada lá embaixo, mas minha mente insiste que sim, ela quer que eu prove à ela que está errada, eu penso por vários instantes que não é preciso, mas me sinto cada vez mais perto de fazer o que ela quer, respiro fundo por 1,2,3 segundos e fecho os olhos, abro apenas quando sinto seu abraço me envolver na calmaria que eu precisava, meus sonhos são prisões de abismos, mas sua presença é minha liberdade.

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Eu me olho no espelho, o sorriso tá aqui, como sempre estampado e lindo para quem quiser ver, como é possível me ver triste, se aprendi a disfarçar até meu olhar. Não há nada aqui que diga ou que mostre a verdade, minha dor é pra dentro, eu não deixo ela escorrer na sua frente, nem as lágrimas, nem os gritos que eu sufoco em meu interior, pareço sempre forte, pareço sempre bem, mas, por dentro estou escondido no canto escuro, pedindo por sua luz.

O sorriso tá sempre aqui, eu te deixo bem, eu te faço rir, mas eu sorrio de forma triste, mas o ser humano não repara nisso, um sorriso é sempre um sorriso, não é mesmo?! Como pode alguém como eu ter dilemas, como pode alguém como eu sofrer por amor, por escolhas, por pessoas?! Como pode alguém como eu ter medo do amanhã, querer fugir, desacreditar de si mesmo e preferir parar do que investir em algo não seguro?! Mas minha dor é pra dentro, e talvez ela doa mais do que qualquer outra dor que as pessoas estampem, porque não há platéia no meu caso, não tenho um anjinho do lado direito do ombro para dizer que tudo vai ficar bem.

Estou chorando nesse momento, mas não há ninguém aqui, não nesse horário tão arrastado, é uma paralisia quase que instantânea  dos meus pensamentos, eu só choro, choro tanto que a cabeça lateja, como pode aquele sorriso da manhã, o sorriso do espelho e da foto se desintegrar?! Mas na verdade eu sou humano, e tudo dói em mim, não sou nem quero ser seu modelo de felicidade, estou desintegrando lentamente no curto espaço de tempo em que demoro para pegar no sono.

A manhã chega de novo no meu caminho, um novo sorriso surge das profundezas do meu oceano e, novamente, ninguém saberá da noite anterior, o ciclo que se repete incessantemente em mim, porque a minha dor é pra dentro e quando ela quer ir pra fora eu engulo.

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Detalhes ficaram pelo meio do caminho,
o que sobrou é ferida e cicatriz de um tempo longe de mim.

Desatino em pesadelos de um mundo adivinho,
o que sobrou é mágoa dos anseios do fim.

Me perdi tão forte que ventaneio
Tirei minhas folhas do lugar,
Perdi meu receio

O que sobrou são retratos
Abstratos
Ingratos de quem já fui

Quero voltar, mas não vejo jeito
Quero amar, mas sou ser imperfeito

Choco-me das paredes de medo
O que sobrou são arranhões
De tempos que foram vilões

E eu fiquei....

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Olhei para trás pela última vez, sabendo que não seria a última vez que te veria, eu queria entender porque você nunca me deixa ir, porque você sempre me puxa de volta para essa roda gigante que nós somos e não consegue parar de uma vez por todas e aceitar me dizer adeus.

Estou partindo em prantos e você não se importa, cada vez que a vida nos coloca assim me mata mais, aos poucos, estou perdendo os sentidos do mundo, queria que pudesse ver tudo com meus olhos, estou gritando e esses ecos somem na imensidão do que há por dentro, queria saber, porque não me deixa ir?

Estou desviando o caminho, criando uma nova rota que não te inclua, mas parece que você me segue porque sempre cruza comigo, seu abraço é quente, mas o amor é frio, não existe sentimento e, no momento, você sabe que estou em pedaços, você também está e eu respeito a tua fragilidade, mas você não me deixa ir, eu sempre volto, você me enlaça e acaba...

Me deixa ir de uma vez, deixa eu sair da sua estrada como deveria ter sido tempos atrás, eu vou sofrer e vou chorar sim, mas só dessa vez, porque logo passa e volto a sorrir, mas se eu continuar no seu caminho, se eu voltar amanhã não garanto o estrago de mais uma vez olhar para trás...

Photo by @williamdaigneault by Unsplash

Atingiu
Foi que nem foguete, ninguém sabe de onde veio, para onde foi.
Ela surgiu, sumiu e renovou as forças de si mesma, nunca deixou de acreditar.
Foguete, intensidade, meio de brilhar como a calda do cometa Harley
Ela brincou com o vento, fez do tempo seu amigo, comandou o circo todo
Menina, de onde veio essa força?
Quem te fez foguete?
Quem te deu esse brilho?

Atingiu
Foi que nem foguete,
Eu a vi passar e parar em meus braços
O impacto foi certeiro
Não vi mais nada na frente
Só quis morar em seu olhar
Quero te fazer lar
Deixa?

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Renovar, eis a palavra de ordem, eu caio no solo, o choro vem, a dor se instala, eu sei, é como um orvalho, quando a manhã vem eu reapareço, o sorriso vem e tudo vira novo, cada pedaço meu é novo, eu ressurjo das cinzas...

Olho em volta e vejo as flores que me cercam, há espinhos também, tudo é caos e dor, é alegria e sensação, eu corro o olhar pelo verde das folhas, a esperança vem novamente, a chuva pode cair para nos mostrar que o céu também chora, depois vem o arco íris pra mostrar que tudo se supera, então, orvalho que se renova é o meu arco íris.

Re(nova)r eu e mais uma gota pela manhã...

Photo by @irvictor on Unsplash

Olhe em volta, será que vale mesmo a pena voltar? Será que nada do que aconteceu faz sua cabeça piscar em som de perigo? Seus medos não te deixaram alerta? O que mais você espera encontrar voltando ao que te machuca, ao que retira de você toda a esperança?

Depois de amanhã você vai entender que manter o que te fere causa mais estrago do que arrancar de vez a ferida? Ou vai precisar de mais uma semana, mais uma cicatriz para entender que se tira sua paz não merece a sua atenção?  Eu só quero te proteger, mas não há como proteger quem foge de mim, enquanto eu te alcanço você anda 10 metros mais e eu sofro das dores que não me deixam correr, eu paro e respiro fundo, torcendo para você voltar.

Depois de amanhã, eu vou estar aqui de novo, consciência invisível que mais uma vez te indica o caminho que não deve seguir, você raramente me escuta, às vezes eu tenho esperança quando sinto seu hesitar lento em continuar, e me mata cada vez que continua, mas, mesmo em pedaços, eu sigo por perto, estou no declive da montanha que você cruza, nas voltas que sua mente dá, será que você irá me perceber ou me ignorar?

Depois de amanhã eu descubro, mas hoje vou apenas esperar...

Photo by @noahsilliman on Unsplash

Escureceu, lá fora e aqui dentro, o fogo que queima na lareira já não aquece mais, não tem café, minha coberta parece fina demais nessa noite, ouço o sussurro do vento na sala de estar, parece um forasteiro pronto para me fazer sofrer, a solidão é minha constante companheira, ela dói, ela está aqui nessa noite escura e fria e tempestuosa, cada vez mais perto de mim, seu hálito congela meu pescoço, eu sufoco um pouco antes de perceber que eu ainda respiro, estou parado perto da porta agora, não quero ficar sentado na mesma poltrona velha e gasta que eu tenho, preciso mudar, mas não consigo abandonar esse lugar, acho que tem um pedaço meu em tudo.

Agora o fogo se apagou, eu acendo a lamparina e o cheiro da querosene invade minhas narinas, fico um pouco tonto, como toda vez, mas eu insisto nesse jeito porque a energia custa demais e eu não quero esse gasto, combino com esse escuro, com essa solidão que ri da minha cara como se eu fosse um comediante, não sou, longe disso, eu sou apenas um ser só que caminha na escuridão de uma sala semi aquecida com um xale no corpo e uma lamparina nas mãos, um ser que ignora a existência e que custa a encontrar um caminho de luz.

Não consigo deitar, espero enquanto amanhece porque daí me sinto seguro, o barulho do vento cessa e os pisos não rangem tanto, daqui a pouco vem o sol, mas depois do sol tudo se repete, a única coisa fixa e que eu não consigo mudar é que a escuridão de dentro não termina, hoje foi apenas mais um dia nesse looping infinito que todos chamam de vida.

Photo by @roadtojericho on Unsplash

Você me acertou feio, veio direto em minha direção, logo eu que seguia o fluxo, fui atropelado porque você vinha na contramão, não compartilhávamos sonhos, muito menos segredos, você nunca me viu em meus piores dias, nem nos melhores, não estava lá no meu crescimento, nem em cada perda significativa, mas você veio da contramão, direto em mim.

Hey, não me olhe assim, você sabe muito bem que o sinal tava vermelho para você seguir e que esbarrar em mim significava se machucar, eu nunca pedi que invadisse cada espaço meu porque não era sua posse, você sempre esteve ciente dos riscos, mas apostou em mim.

Queria poder parar o tempo, insistir seria um erro, eu estava seguindo meu fluxo, vivendo meu momento quando você surgiu, eu estava no caminho certo, na hora certa se assim podemos dizer, mas não imaginaria ser levado tão violentamente para trás com esse choque, enquanto você segue a sua rota, quem é que me ajuda a limpar os cacos? Alguém anotou sua placa?

Photo by: @sarandywestfall_photo on Unsplash

Te deixei marcado em mim, como uma fotografia que o tempo mancha, mas não apaga, como um flash nos olhos que cega e logo depois faz ver estrelas, eu te deixei aqui, entre os certos e errados que a vida trouxe para mim, te guardei no álbum, feito fotografia.

Cuidei as bordas para que não amassasse, mas na verdade nada disso adianta, porque sua fotografia é só uma marca no tempo e o real você não quis ficar, achou melhor encontrar outro abraço, outro canto e quem eu seria para te culpar, se eu sei exatamente que cada trecho de mim é uma curva em direção ao desconhecido e ninguém tem a coragem de explorar.

Minha fotografia mais desfocada, o fundo é azul com cinza, seu rosto é manchado de água com sal, seu jeito é despojado e desapegado de mim, sempre foi, mas eu ainda te guardo como fotografia, eu ainda insisto em te deixar a mostra em meu álbum, porque, das marcas que o tempo me trouxe, você acabou sendo a mais bonita.

Olá, pessoal, tudo bem com vocês?
Quebrando um pouco nosso padrão de textos, fui indicada pela miss Bruna do Bruna Diseró(O blog da Petit Souris) a responder essa tag, então bora para as regras e respostas?!

• Escrever 11 fatos sobre mim
• Responder às perguntas de quem o indicou
• Escrever 11 perguntas para os futuros indicados
• Indicar entre 11 a 20 blogs com menos de 200 seguidores
• Colocar o selo da TAG LIEBSTER AWARD
• Indicar o link de quem indicar

Photo by Jonathan Borba on Unsplash

Sou do inverno, sou como o inverno, deixo as folhas caírem e torço para ser revestido novamente de outras flores, sinto o frio, a solidão de perder as vestes da minha alma antes tão protegida, mas não há sol para me queimar a face ou os galhos, então eu sei que sobrevivo e logo que o verão retornar me sentirei perdido.

Inverno e inverso, eu mudo tudo completamente de lugar, do lado de fora estou coberto de tudo quanto é possível, por dentro há o mais desnudo ser que é possível conhecer, tenho medo de me olhar no espelho, mas me olho, eu vejo cada fissura de mim, pareço mais velho, talvez seja o inverno, o inverso de mim.

Agora, enquanto derramo esses escritos eu vejo a chama que se acende em meu peito, esperando o momento certo de sair e causar o incêndio, uma só chama que pode incendiar uma floresta inteira de pessoas assim como eu, feitos de inverno.

Photo by Andy Holmes on Unsplash

Olha-me devagar e me enxerga, esse rosto que vês agora talvez não mais se repita, eu mudo, eu sempre mudei, levo em cada olhar uma história que não se repete, uma vida que não se retorna, um sorriso triste de uma nova partida, eu, tão longe do mundo, das histórias que construí, dos mundos em que eu salvei, não só a mim, mas a tantos outros ao meu redor.

Olha-me com cuidado, não me temas, não sou monstro, sou apenas parte desse cosmos, eu me pinto de formas diferentes como Van Gogh às estrelas, não sou bom com descrições e muito vago em vários aspectos, eu sinto a dor e a tristeza que emana dos meus olhos quando no conforto do meu canto eu me permito chorar, sou constelação distante, mas tão perto de ti.

Olha-me como eu te olho, sinta a verdade que lhe transmito, poderia mentir e me esconder, mas não vejo razão nenhuma para o fazer, seria bobagem tentar, eu falho repetidamente em guardar coisas para mim, seria mil vezes mais falho em guardar coisas de ti, sou como o furacão que não derruba sua casa, mas deixa as estruturas todas decadentes, eu sempre ajudo a reconstruir, mais como um remorso do que como dever, eu sou aquela noite escura que as pessoas tem medo de atravessar, mas repito que não sou monstro nem nada a ser temido, sou apenas eu, um infinito que começa em mim, mas ninguém sabe onde irá terminar.

Photo by Nathan McBride on Unsplash

Você diz que eu não te conheço tanto quanto eu deveria, mas na verdade eu só não te conheço tanto quanto eu gostaria, porque eu sei decifrar cada olhar seu, cada mudança sutil de humor, cada palavra que sai no tom errado, eu sei te decifrar, e te decifro tão bem que eu percebo quando me olha impressionado por cada constatação correta que eu faço, eu vejo você e te enxergo.

Tem aquele olhar que você faz quando a gente não concorda, quando eu insisto com esse meu jeito teimoso de fazer as coisas como eu quero, e aquele olhar quando você está um rebelde sem causa com o mundo e eu tento entender e te acalmar pra te mostrar que tudo sempre dá certo no final, muitas vezes você tem o olhar de quem não acredita, algumas vezes eu vejo um relampejo de esperança, mas eu ainda sei que falta muito para eu mergulhar e conhecer, eu tento penetrar cada camada, mas você não permite, ainda não.

O contrário também é verdadeiro, porque você não me conhece, você não me decifra, não sabe perceber quando estou triste, brava ou simplesmente normal, muitas vezes no meu silêncio você encara como culpa sua, tá bem, algumas vezes é, mas muitas outras não, você só consegue enxergar meu olhar de sim ou não como resposta, e acha que me ver aqui, parada diante de ti, no seu abraço é o suficiente para me decifrar, mas não é, ainda não.

E seguimos assim, decifrando bem lentamente um ao outro, levando vidas distintas e sem entender o que nos puxa de volta ao moinho de emoções que nós temos, sem saber qual é a ligação entre duas pessoas que são aparentemente tão diferentes uma da outra, eu acho que são nossas perdas, você acha que são nossos amores, mas, no final, é sempre assim, eu indecisa daqui, você daí, sem conseguir se decifrar.

Sempre existe um momento em que nos sentimos "insuficientes" em que bate na porta a insegurança de que nossos planos caiam por água abaixo desgraçando tudo aquilo que havíamos planejado com tanto carinho e esperança, dói pensar, por um único momento, que você não é capaz, mas garanto que dói mais continuar acreditando nisso.

Sempre existe um momento em que nos vemos no chão, que levamos a rasteira da vida testando nossa força e nossa capacidade de recomeçar, que sacode todo o mundo perfeito que criamos para nós, onde tudo dá certo, onde tudo acontece, dói perceber que tudo é efêmero, dói demais perceber que tudo, um dia, pode terminar.

Sempre existe um momento em que questionamos quem somos, o que fazemos, não nos enxergamos mais como antes, vemos os erros, xingamos a nós mesmos em pensamento ou em voz alta por termos agido de uma maneira errada, dói acreditar que não somos mais reconhecíveis, dóis mais olhar no espelho e não se enxergar.

Sempre existe um momento, e esse momento, às vezes dura uma semana, um mês, um ano, mas esse momento não é sua vida toda, é claro que dói, é claro que corrói, mas nunca é a sua vida, é uma fase absurdamente mal criada que se coloca em nosso colo até que possamos expulsá-la, e eu sei, que você pode passar por esse momento e todos os outros, porque doeria mais se você ignorasse o momento e se arrependesse depois.

As pessoas me perguntam de ti, da história que deixamos chegar ao fim, e eu só respondo "Passado", assim faz doer menos, faz eu me sentir menos idiota, porque o passado é como algo longínquo, distante e não parece esses poucos meses que eu te excluí da minha vida.

Esse relógio pode estar com defeito, já que ele teima em passar devagar, os dias se arrastam lentamente e eu continuo insistindo que vai passar, porque é isso que o passado faz, ele passa e fica pra trás, ele nunca exclui os eventos, mas os faz menos doloridos, menos vivos no espaço do lembrar.

Talvez daqui um tempo essa resposta de "Passado" será mais forte, mais sincera do que hoje, e talvez eu não tenha que correr pro meu canto chorar, mas, no momento, a realidade é essa, então não adianta o quanto eu fale, o quanto eu tente, a dor cortante se insere em mim, me faz sangrar versos tristes e lágrimas salgadas, eu espero o tempo passar, sempre é questão de tempo, mas quanto tempo?

Photo by Ben White on Unsplash

Você vai olhar em meus olhos e vai criar suas próprias ideias sobre mim, eu não me importo, não vou fazer um esforço tremendo para mudar sua opinião, eu não mereço, não preciso passar por isso, você vai continuar me encarando e tentando me decifrar, e eu não vou tentar te impedir, mas não vai ser fácil e eu não me importo.

Já passei pela fase de tentar agradar as pessoas, de me desfazer e me perder em busca da aprovação alheia, eu já perdi muito em tentar viver alguém que eu não era, agora, já não me importo se você achará isso certo ou errado, não me importo se você me olhar e não gostar do que vê, porque hoje eu sei bem quem sou, eu renasci das cinzas, mas não sou fênix.

Eu não me importo com a sua desaprovação, com o seu olhar que segue meus passos querendo me impedir, eu sei que parece mesquinho, grosseiro, mas não é, não pra mim, porque você não conhece minha história, nem meus medos, não sabe das minhas dores, mas julga como se soubesse, e agora eu já não me importo se você vai estar aqui no final da jornada, se você vai fingir sentir minha falta, porque eu já me importei demais, e hoje... já não vale a pena.

Photo by Green Chameleon on Unsplash

Desde muito pequena eu admirava os escritores dos meus livros preferidos e dizia que, quando crescesse eu escreveria algo tão bom quanto aquilo, mas a dúvida que eu tinha era "Como eu poderia fazer isso se eu não tenho esse dom?", depois de muito pesquisar e estudar, eu descobri que escrever não era um dom, sim, isso mesmo, ninguém nasce escrevendo, sendo assim, é algo que se aprende, e para ser aprendido, levam-se anos, assim como a matemática.

Se vocês acompanham o blog há um tempinho, provavelmente já viram o post onde eu falo sobre a minha experiência com a Escrita(se não viu clique aqui), se alguém lesse algo que eu escrevi com 12 anos e lesse algo de agora iria pensar que milagre foi esse, mas, na realidade, eu busquei continuar me desenvolvendo e aprendendo a escrever porque era disso que eu gostava e, com o tempo, tudo aquilo que a gente quer dá resultado, hoje, meu nível de escrita é ainda melhor do que dois anos atrás e os textos publicados ao longo dos anos estão aí para provar, mas isso porque eu nunca parei de ler, me aprimorar e buscar novos conhecimentos. Então, pode parando com essa história de dom, porque, você pode sim ter facilidade em escrever, mas não é só isso que cria uma boa escrita, estamos combinados?!

Se você quer escrever, se você gosta disso, então treine bastante, faça rascunhos, desabafe, escreva como se não houvesse amanhã, um dia esses frutos voltam para você e serão tão doces, que você vai se questionar "Porque eu não fiz isso antes?"

Photo by Robert Zunikoff on Unsplash

Eu era rio de desaguar chuva, curso tranquilo e despretensioso de quem vive uma primavera de cada vez, mas cê achou que eu era rio de des(amar) e fez do meu curso inverno doloroso e agitado, águas turvas que me enganaram na infinidade, eu, que era lugar de descanso, virei casa bagunçada, veio a chuva forte e me derrubou.

Photo by Jose Aragones on Unsplash

Acho que na vida todo mundo tem aquele estalo do tipo "Do jeito que tá não pode ficar", mas principalmente por ser um estalo, a vontade de fazer algo para mudar vai embora bem rápido, o que nos transforma nos robôs de "Nada dos meus planos darem certo" ou "Não sei o que fiz para merecer isso?", deixa eu te contar um segredo, você não agiu quando deveria, e milagres não caem do céu como chuva.

Está infeliz com a sua situação financeira, amorosa, trabalhista? Dê um basta, você não precisa jogar tudo para o alto, nem mandar tudo para o espaço, mas pode começar pensando o que você pode fazer para mudar a sua situação, como você pode melhorar? O problema de muitas pessoas é achar que a culpa dos males é sempre do mundo, mas nunca olhar para si mesmo e enxergar que a situação só passa dos limites quando você dá esse poder a ela.

Então, agora que tivemos essa breve reflexão, vamos fazer um exercício, como aqueles que os entrevistadores de emprego fazem conosco, ok? Onde você se vê daqui 5 anos? Pensou, mentalizou isso? Perfeito, agora pense mais, o que você irá fazer para estar onde deseja daqui 5 anos? Mais difícil né? É, eu sei, mas você precisa traçar esse objetivo para poder dar um basta na sua situação atual.

Após traçar esse objetivo, você vai focar nas metas, as metas são aquilo que você pretende atingir, porque você pretende atingir e em quanto tempo você vai atingir, por exemplo "eu vou procurar outro emprego porque preciso sair do meu atual e melhorar meu emocional, em dois meses, se eu mantiver o ritmo, consigo um novo emprego", ter uma perspectiva ajuda seu cérebro a entender e se manter forte naquilo que deseja.

Dê um basta em tudo aquilo que te tira a paz, e comece a se mexer, porque a gente não atrai nada apenas pensando, você precisa de atitude, ou seu navio vai naufragar nos mares das derrotas.