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Se tiver que por na balança tudo, pedaço por pedaço, sofrimento por sofrimento, dor por dor, eu saio perdendo, porque no meu peito eu deixei tudo aberto, as portas e janelas, entrou sentimento de tudo quanto era lado, e eu tava aqui, parado no meio do caminho, eu alvejado, meu coração caindo.
Meu problema é que sempre fui muito bom em acreditar nas pessoas e ser decepcionado, em cair nos buracos de ilusão que eu mesmo criei, desde que me lembre eu sou assim, minha balança pesa do lado em que mais me dói, mesmo assim eu ainda não aprendi.

E essa balança transforma tudo aqui em despedida, sempre que sangro eu quero dizer adeus e deixar cicatrizar, tem tanta marca aqui que se pode fazer um mapa, e eu ainda teimo em deixar a porta aberta, como quem espera que o vento da incerteza chegue e jogue os papéis no chão, quem recolhe depois com dor sou eu, e eu sei disso, mas não consigo deixar de acreditar que em algum lugar vai ter um momento em que eu não vá me decepcionar.

Nessa balança, hoje, estou em desvantagem, navegando num mar de incertezas e descaminhos, ainda estou perdido, mas sinto o ar da esperança chegar, que ele entre refazendo as estruturas e me permita voltar a sonhar.