Ser forte

*relato sobre o setembro amarelo*
Eu tentava ser forte demais, como se o mundo não merecesse saber da minha dor, como se não fosse certo eu sentir e, quando sentindo, eu fosse fraca demais para continuar, e eu me guardei em mim. O primeiro machucado não deixou cicatriz, mas eu sentia a marca enraizada no meu peito, eu queria acabar com a dor, mas ela nunca ia embora.

O segundo machucado foi mais visível, ficou transparente na minha pele, um fio que ninguém notava ou ligava, mas que estava lá, a dor não passou, nem a sensação de que eu precisava vomitar todo esse sentimento ruim que habitava no meu corpo e que não parecia querer me deixar.

Hoje é o terceiro machucado, e eu estou longe, as pessoas falam de mim agora, tem fotos que eu não me lembro de ter tirado e palavras bonitas sobre mim que nunca me disseram, seus olhos borrados são tristes e talvez nem agora ele percebam que era esse o meu próprio olhar, eu acabei com a minha dor, foi a única vez em que eu consegui pensar em mim, as cicatrizes não existem mais, nada existe...

** O suicídio visa acabar com a própria dor, arrancar a tristeza do peito, e enquanto há milhares de pessoas a nossa volta gritando por socorro em silêncio a gente não vê. Então, por favor, olhe em volta, se coloque no lugar do outro e esteja disponível para ajudar, ouvir já conta e cada vida importa**

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