A crise de ansiedade é uma companheira constante, como muitas vezes já disse, porém há dias que ela não quer ir embora, mesmo quando eu me entupo de chocolate ou tento pensar positivo, me dói o peito e a cabeça nem sempre raciocina direito, eu disfarço bem e por dentro há tremores, as quedas são inevitáveis, não me acho suficiente, não me sinto segura, nada no mundo importa ou faz sentido, mas seguimos em frente dia após dia mudando de rumo, tentando se concentrar em outras coisas, pois quando algo dá errado a gente já esperava e se sabotava para esse fim, enquanto a crise não passa é assim, então um dia ela some do nada.
Não há comemoração, só um alÃvio temporário, por um momento não há respiração pesada ou falta de ar, as flores ficam bonitas e dá até pra se arrumar um pouco mais, mas lembra o que eu disse, ela sempre volta, e tudo recomeça nessa roda gigante que não parece acabar, antes da crise estamos no topo, o mundo é nosso, nada nos abala ou nos detém, aà a gente desce e todo aquele receio e sentimento de insuficiência volta com força quase nos jogando no chão com uma rasteira, dizem que pessoas são fortes por aguentar isso em silêncio, eu me defino mais como cansada.
Porque esse jogo de ir e voltar, feliz e triste cansa, quando você pensa estar acabando vem uma rajada de areia, mas você não desiste, por algo ou por alguém, alguma coisa dentro de você te renova para esperar, e a crise às vezes, eu disse às vezes, dá uma trégua mais longa talvez por piedade, mas ela está sempre por perto, vigiando, testando sua resistência e cabe a você continuar e sobreviver.
Nesse universo que há dentro de cada um, no meio do caos ou na calmaria, ninguém consegue habitar melhor do que si mesmo, é preciso acreditar que a crise é uma parte do processo para que se possa crescer ainda mais e quando tudo estiver difÃcil ou haja somente a escuridão, caberá a nós sermos nossa própria luz, e vencer essa solidão.