Estou sentado aqui, areia nas mãos, olhar no horizonte e me sentindo completamente inútil diante dessa paisagem espalhafatosa que é o tamanho do mundo, sozinho me encontro querendo fugir do universo e das teorias de conspiração que minha mente teimou em criar, sou grão enquanto o mundo é mar e sinto-me perto de afogar e dissolver, não estou pronto para o que vejo e continuo sentado, enquanto meus pensamentos caem em turbilhão e se espalham.
Eu areia, perdido no tempo, querendo chegar mais perto do mar, entristecido e sem saber o que fazer, quero desaparecer, mas sempre ressurjo, vivo na constante transformação do que cultivei, ora sufocado, ora liberto, não sei me explicar, nem me entender, enquanto o mundo suga meus sonhos, meus medos, meu ser eu ainda continuo respirando.
Areia que sou, me formo de novo no fundo do mar, eu balanço com o movimento dos peixes, eu emerjo na superfÃcie quando menos se espera, eu vejo tudo enquanto ainda permaneço sentado, estou desaparecendo por fora para renascer ppr dentro.