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Estou a dois passos de você, o tempo transcorre lentamente e escorre pelos meus dedos enquanto eu te encaro, talvez devesse decidir de uma vez, ou pelo menos dessa vez ser definitivo, eu volto mais dois passos e sinto suas mãos se aproximarem, você não quer que eu vá, mas também não quer que eu fique, parece loucura, mas é só o fato de que você nunca conseguirá me dar o abrigo que eu quero, mas ao mesmo tempo não quer perder seu domÃnio sobre mim, eu me permiti ser seu fantoche por muito tempo, mas não mais.
Me afasto mais três passos, tenho lágrimas nos olhos, mas não volto atrás, lembro daquelas manhãs em que o mundo parecia nosso, mesmo quando sua TPM era insuportável, mesmo quando você me mandava embora quando a gente brigava, foram mais dois passos agora faltam 5, talvez eu deva ir de uma vez, arrancar de uma vez a ferida, deixar que cicatrize, suas mãos já não se estendem mais, seu olhar parece conformado, acredito que você já sabia que estava chegando ao fim, e eu só fiz tentar mais uma vez antes de desistir.
Cheguei à porta, te olhei pela última vez, não vou batê-la nem gritar, o tempo não passou, tudo em volta está parado, mas eu estou indo, te dando um adeus silencioso, enquanto a porta fecha devagar, do lado de fora o sol forte queima meus olhos, pois finalmente estou prestes a acordar.