Os ponteiros desse relógio querem enganar a mim, não podem estar certos, não se passou tanto tempo desde que eu deitei para tentar dormir, mas sim, passou. Mais uma noite e eu, minha companheira insônia veio me lembrar dos meus planos e dos meus desassossegos, me olho no espelho com as olheiras enormes e o rosto pendendo de sono, não durmo mas a mente ainda pensa, me canso por tentar descansar.
Atônito me sinto ao ver mais um feiche da manhã invadindo meu quarto, talvez em algum momento eu tenha devaneado e consigo pregar os olhos, mas não me lembro, a insegurança volta, a ansiedade também vem me dar seu oi, terrÃvel sentimento de tristeza que eu vivo no meio da noite gelada, quero dormir, não durmo, mas na madrugada é que me permito gritar.
Minha companheira insônia diz que fica um pouco mais, querem que ela vá embora, mas eu não sei o que devo querer, se quando ela vem eu penso em tudo e sem ela reprimo tudo, estou perdido na imensidão do que eu criei, às vezes é melhor deixar como está, porque ferida quando tira a casquinha logo recomeça a sangrar...