Pássaro Livre


Livre pássaro que eu vejo e me encanto no canto da árvore da vida, não sou do tipo que faz rezas ou se encanta pelo cantar triste, mas a liberdade fugidia desse pássaro despertou-me das presas que o passado me deixou, em como a ideia de ser livre pode também ser triste porque nem toda liberdade é verdadeiramente libertadora, muitas vezes ela só camufla os estranhos pedaços que sobram da opressão e nos fazem questionar absolutamente tudo a nossa volta.

Livre pássaro que eu vejo refletir da janela imaculada, que roça seu bico nos troncos como que para acalmar a dor, eu quero abraçá-lo e dizer que o entendo, mas parece tão errado interromper quem tenta lidar com a própria dor, quem tem alguns retalhos aqui e umas remendas acolá, parece injusto e eu apenas observo.

E então, como que num lampejo de dúvida, me olho no espelho, tomando um susto ao perceber que aquela imagem a que tanto associo ao pássaro livre sou eu, um reflexo claro no espelho que o tempo há de manchar, reluz de dentro para fora como que puxando a forma de meu peito, antes eu era um ser, agora sou um pássaro livre, libertado em sua própria solidão.

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