Não quero que me limitem ao meu tamanho,eu não sou um brinquedo que deve ser guardado por ser frágil,eu não sou nada frágil,aliás eu sei bater e também apanhei muito da vida,já caí demais,já ralei o joelho incontáveis vezes,mas eu ainda estou de pé.

Todo mundo me olha com aqueles olhinhos brilhantes de fofura,mas eu também sei ser tempestade,eu sei fazer trovoar e só quem tem muita paciência é que vai conseguir aguentar,desculpe frustrar suas expectativas,mas é assim.

Eu não sou pequena,sei que não alcanço coisas no alto e pareço ser a mais baixa da família,mas eu sou grande,enriqueço minha mente com livros e mais livros,me desfaço em milhões de palavras,eu redescubro o meu tamanho todos os dias,é como um mar profundo,não importa o quanto eu nade,nunca consigo chegar ao final.

Eu sou grande na alma,quase nunca sinto que ela cabe em mim,e entre meus rascunhos lá estou eu,o retrato final,meio indefinido,mas completamente verdadeiro,um traço que não pode ser apagado,uma triangulação de sentimentos embaralhados,não sou pequena,sou infinita,uma infinidade que começa na cabeça e não termina nos meus pés.